Amigos,
a Bush sempre me pareceu confiável. Nada de novo, é verdade - aliás, um tanto premeditado até - mas sempre bem feito. É claro que o clima cinzento e úmido típico da Inglaterra, terra natal da banda, acabava por influenciar nas composições que soavam melancólicas, claustrofóbicas, redentoras. Eu adorava isso! Achava o máximo a guitarra de Nigel Pulsford pontuando as músicas enquanto Gavin Rossdale arranhava as notas como se até os escorregões não fizessem parte do cardápio Grunge. Porém "Afterlife", o primeiro single da volta da banda, deixou-me um tanto insegura. Não pela ausência de Pulsford, substituído à altura por Chris Traynor (ex-Helmet), mas por soar animada demais. Eu sei que a moda agora é alegria em estágio quase psicótico, tudo muito colorido, pra cima, mas pra mim não dá. Fiquei ansiosa. Até que achei "The Sound Of Winter", segundo single. Nele, todos os elementos que fizeram a fama da Bush estão vivos: as guitarras costuram a música, os vocais mantém o pretenso descaso, o clima é introspectivo e a letra contém passagens como "Mind strong, body strong / Try to find equilibrium". É isso: equilíbrio. Talvez, no final do ano, com o lançamento do disco "The Sea of Memories", os dois singles acabem se equilibrando num álbum que, se não vai mudar a trajetória do Rock, pelo menos vai matar a saudade dos que viveram a década de 90.
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Até mais.
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