Saudações, mortais desse Estranho Mundo.
Poesia, barulho, genialidade.
A Sonic Youth já foi considerada tudo isso - e outros adjetivos mais - ao longo dos quase 30 anos de estrada. Seus 17 discos de estúdio soam tão atuais e criativos que, ainda hoje, muitos incautos podem pensar que se tratam de lançamentos recentes de bandas idem. "Bad Moon Rising", por exemplo. Produzido por Martin Bisi e lançado pela Homestead Records em 85 (ano em que Thurston Moore and Kim Gordon se casaram) o disco gira em torno do lado negro dos Estados Unidos. Obsessão, opressão, insanidade, genocídio, Charles Manson, satanismo ... não foi à toa que a terra do Tio Sam ignorou o lançamento já que a tão falada "América" não suporta reconhecer sua realidade. Quase não há intervalos entre as faixas - períodos que Moore e Lee Ranaldo (guitarrista) aproveitaram pra reafinar seus instrumentos. Outra curiosidade: último registro de Bob Bert na bateria. "Brave Men Run (In My Family)", inspirada na obra de Edward Ruscha, desdobra-se sobre "Society Is a Hole" - o hino de monotonal sobre os anônimos da cidade. "I Love Her All the Time" é uma cançao de amor ao estilo SY: baseada nas texturas sonoras e na parte rítmica mais do que na melodia. "Ghost Bitch" faz referências ao genocídio dos nativos americanos. "I'm Insane" e "Justice is Might" são paisagens musicais muito complexas para qualquer tentativa de explicação. "Death Valley '69", uma co-parceria entre Moore e Lydia Lunch, sobre Manson e seus seguidores, fecha o disco em sua versão original. Em 1986 "Bad Moon Rising" com quatro faixas bônus: "Satan is Boring", "Flower", "Hallowe'en" e "Echo Canyon".
seja o primeiro a comentar!