Saudações, mortais desse Estranho Mundo.
Como as origens da Hum já foram devidamente dissecadas por nossa anfitriã Mary limitarei-me a compartilhar minhas impressões sobre "Electra 2000", segundo disco da banda. "Iron Clad Lou" me impressionou logo de cara, fosse pela introdução instrumental tranquila contrastando propositalmente com os primeiros ataques das guitarras de Tim Lash e Matt Talbot, fosse pela repetição "helmetiana" de seus riffs pesados e ao mesmo tempo melodiosos. Aliás, os vocais de Talbot saltam aos meus ouvidos com a faixa "Pinch & Roll". Nela, suavidade e agressividade equilibram-se sobre uma base sólida e intrincada de baixo e bateria bem construída e devidamente sobreposta por guitarras oitavadas e barulhentas. "Shovel" e "Pewter" simplesmente fluem como se ecoassem de uma trilha de "2001: Uma odisséia no espaço". "Scraper", por sua vez, retoma o lado mais "alternativo" da banda, remetendo ao já mencionado Helmet. "Firehead" é outra que simplesmente flui, com seus flangers e phasers. "Sundress" incendeia novamente o ambiente com sua melodia represada, sempre prestes à romper sobre nós. "Double Dip" investe novamente nas repetições e nas guitarras climáticas mas, dessa vez, de modo suave, aumentando aos poucos de intensidade até desaguar numa espécie de post-hardcore monolítico e robusto. "Winder", originalmente, encerra o disco com seu andamento truncado, suas guitarras melódicas e sujas, e baixo e bateria em perfeito equilíbrio. Ainda na versão original de "Electra 2000", "Winder" vinha com "Monty Python Organ Grinder" anexa, numa espécie de "faixa escondida". Tal combinação foi suprimida dos relançamentos e - pra nosso azar - não consta aqui. Contudo, uma décima faixa, "Diffuse", foi introduzida pela gravadora Martians Go Home, proporcionando aos ouvintes mais quatro minutos e trinta e dois segundos de Hum.
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"Almas atormentadas, tremei!"
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