terça-feira, 31 de agosto de 2010

Therapy? - Infernal Love (1995)

Therapy? - Infernal Love (1995)
Amigos,
imaginem a presão que deve ser ter que gravar um disco depois de ter sido alçado às nuvens com um álbum despretencioso. Só de pensar eu me arrepio! Não estou falando só da pressão gerada pelo mercado (gravadoras, empresários, crítica, público) mas também da pressão pessoal, aquela autocrítica que todo mundo (em sã consciência) tem e que faz você querer sempre o melhor. Foi assim que o disco "Infernal Love", do Therapy?, foi concebido. O sucessor de "Troublegun" (1994) era mais "dark", introspectivo, denso. Em "Epilepsy" Cairns gritava a plenos pulmões "I've got a problem / This infernal love". "Stories" retoma o humor negro do trio que escancarava uma triste verdade: "happy people have no stories". "A Moment Of Clarity", a terceira faixa, é mais reflexiva e explora a psicologia ("Your innocence is cruel") e as conturbadas relações humanas ("Your lips like bruised vulva / your ass like Jesus feet Worth kissing / Give yourself to me"). Daí seguem-se desesperança ("I know you live your life out of spite", Jude The Obscene), desespero ("There's nothing darker than love that's gone sour", Bowels Of Love), angústia pura ("You come to my house / I don't know what you're talking about / I owe you nothing, I owe you nothing", Misery), isolamento ("And I wish I was home / I'm edgy, cramped and cold", Bad Mother), frustração ("I watched you torture yourself days / And fucking you got boring when it didn't feel so wrong", Me Vs You), descontrole ("Let me try on your dress ... I'm sick of being down", Loose), violência ("But I think I'll just rape you and kill you instead", Diane), pra finalmente oferecer uma perspectiva positiva em "30 Seconds" ("I look at myself in a sober light / I'm not Elvis but I'm alright"). Muitos podem achar que eu vejo (e ouço) coisas que não estão lá. Pode ser. Mas se a arte só se completa com a interpretação de quem a aprecia, "Infernal Love" merecia ser revisitado pelos fãs e pela crítica.
Até mais.

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