quinta-feira, 21 de julho de 2011

Velvet Underground - The Velvet Underground & Nico (1967)

Saudações, mortais desse Estranho Mundo.
Diz a lenda que quem compra esse disco monta uma banda.Foi assim com Iggy Pop, David Bowie, Depeche Mode, Joy Division, Sonic Youth, Jesus and Mary Chain, Nirvana, Nine Inch Nails, Radiohead e The Strokes. Acho até que Lou Reed (voz e guitarra), John Cale (baixo), Sterling Morrison (guitarra) e Angus MacLise (bateria) premeditaram isso, uma espécie de maldição sonora. O próprio nome escolhido para a banda sugere isso, afinal "The Velvet Underground" - o livro - documenta o comportamento sexual da geração dos 60's, atribuindo a ele o estigma de praga disseminadora de parafilias e formadores de pervertidos. Moralismos à parte os primeiros registros da Velvet Underground não faziam questão de esconder suas origens: as esquinas de Nova Iorque, onde drogas ("I'm Waiting For The Man"), fetiches ("Venus In Furs"), prostituição ("There She Goes Again") e ocultismo ("The Black Angel's Death Song") são comuns. (tá bom, ocultismo deve ter sido viagem dos caras...) Os vocais de Reed eram melancólicos, sua guitarra emitia sons até então pouco explorados (os "drone strum"), Morrison alternava sua guitarra entre passagens convencionais e a busca por um som prolongado sobre o qual se sucediam diferentes acordes. Tudo muito à frente do que havia na época. Nem mesmo a figura delicada de Nico - a vocalista alemã "sugerida" pelo mecenas Andy Warhol - conseguiu suavizar o impacto desse álbum. Os críticos não entenderam a proposta e o fracasso comercial foi inevitável. Hoje o que se percebe é que os ruídos da Velvet Underground eram mais altos e mais intensos do que se imaginava.
Mais informações aqui.

2 comentários

Celso Augusto, O autor dos rebentos disse...

Mais um excelente disco! Tive a sorte grande de conferir o Sr. Reed aqui em SP, pertinho de casa, com seu "Metal Machine Music", e o melhor, na faixa! (Muita gente desistiu no primeiro dia, dai fui no segundo!). Ele tocou no final "I´ll be your mirror", foi sensacional! Dou parabéns novamente pelas escolhas dos discos.

Bloody Mary disse...

Assisti pela TV a apresentação que Reed fez tocando o álbum "Berlin". Ele nunca tinha tocado o repertório que foi classificado como "fiasco" na época.
Mais de trinta anos se passaram e as músicas ainda são atuais, desafiadoras, brilhantes!
Fiquei impressionada!

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