segunda-feira, 15 de setembro de 2008

The Shaggs - Philosophy of the World (1969)

Boomp3.com
Saudações, mortais desse “Estranho Mundo”.

Antes de qualquer coisa faz-se necessário agradecer:
à Mary por me convidar a espalhar o caos e a desordem musical por essas bandas também. Sua personalidade excêntrica mostrou-se, definitivamente, limítrofe à loucura. Permitir que idéias como essa transitem livremente pela mente não é comportamento típico dos “mentalmente saudáveis”;
à equipe do “Brabera no Talo!”, submundo barulhento e incômodo do qual, orgulhosamente, faço parte há alguns meses. Foi lá (com Hammet, Ruptured, MdWalker, Ganjacore,Joe Unabomber, Täti, Maurício e Minero) que aprendi o pouco que sei sobre o ciber(sub)mundo e como utilizá-lo para espalhar anti-estética musical e a surdez precoce. Muito, desse novo projeto, deve-se à eles também;
aos “malditos” da música. Independente dos estilos professados eles caminham por aí e semeiam, dia-após-dia, o questionamento estético, poético e musical. Sem eles nunca saberíamos o que somos (filosofia de boteco mas faz sentido, pense um pouco e entenderás).

E por falar em filosofia, vamos ao meu primeiro post (ou postagem, como prefere Mary).

Como minha primeira participação nesse “Estranho Mundo” fiz questão de selecionar minuciosamente o tema a compartilhar com vocês. Como o próprio título do blog afirma, aqui é o lugar para as coisas e seres estranhos, aqueles que de longe podem até parecer normais mas no fundo, às vezes bem no fundo, não são. Pois bem. Eis que, num dos momentos máximo dos desfrutes gerados pela comunicação digital, tempos atrás, me deparei com o título de “A pior banda de rock de todos os tempos”. É lógico que isso despertou em mim a mesma curiosidade que Adão sentiu quando viu Eva. Paralelos à parte, eis o que refinei das informações todas que obtive.

Surgida na década de 60 (uma das mais criativas de todos os tempos) a banda "The Shaggs" foi formada pelas irmãs Betty, Helen e Dorothy Wiggin. Filhas de um músico que tocava harpa irlandesa as irmãs foram, desde cedo, estimuladas à música. O pai mesmo as ensinou o bê-a-bá das notas e dos ritmos durante um ano (período em que as garotas tiveram que estudar via-correio para poder se dedicar melhor à arte dos sons – não tentem isso em casa, crianças). Pois bem. Foi então que, mais uma vez, a personalidade excêntrica aliada à uma mente limítrofe à loucura, fez acender nas idéias desse digno pai de família uma missão: gravar um álbum com as garotas. Relutantes, as garotas que talvez soubessem de suas limitações musicais e da completa falta de coordenação motora congênita, não concordaram logo de cara com a proposta, mas foram curvando-se gradativamente à medida que o pai lhes prometia transformá-las numa versão feminina dos Beatles. O resultado foi esse: “Philosophy of the world”, de 1968. Um álbum clássico com canções mal compostas, letras pessimamente formuladas e execuções lastimáveis. O álbum era tão ruim que as meninas logo esqueceram os originais numa caixa num daqueles porões estadunidenses. Contudo, como o universo conspira a favor dos “malditos”, alguém (não se sabe quem, nem porquê) roubou esses originais e lançou (isso mesmo, LANÇOU!) o álbum em vinil um ano depois. Apenas mil cópias dessa pérola foram lançadas (o que faz o disco original em vinil valer hoje cerca de dez mil dólares) mas, mais uma vez, como o universo conspira a favor dos “malditos”, surge a Internet e, graças à isso, eu pude ter acesso à essa obra (em todos os sentidos que a palavra pode assumir) e hoje compartilho com os habitantes e visitantes desse “Estranho Mundo”. Se serve de estímulo para que você ouça essa caca, digo, disco: Frank Zappa (ele mesmo), em uma entrevista mundialmente famosa àquela revista de mulher pelada que todo mundo compra mas diz que é pra ler os artigos, citou o álbum como o terceiro melhor disco de todos os tempos. Mais do que isso, “Philosophy of the world” foi considerado o terceiro álbum alternativo mais influente da história do rock e é tido como o terceiro melhor álbum de garagem do rock do século XX , além de terceiro disco na lista dos mais significativos discos independentes (segundo a bíblia do rock alternativo, o livro “Alt-Rock-A-Rama”, editado pela Rolling Stones. Devo acrescentar a essa resenha a página oficial da banda, a página mantida por fãs (fãs?!) das três subversoras primitivas do rock e o vídeo da música mais famosa da banda (famosa?!) "My Pal Foot-Foot" (não sei se é oficial, mas é genial!). No playerzinho lá de cima tem a música (música?!) "That Little Sports Car". Se você prestar atenção ouvirá o produtor pedindo às meninas que mantenham o andamento da música ao longo da gravação..
Pois é, meus amigos.
É ouvir pra crer.
Mas ouçam por sua própria conta e risco.
“Almas atormentadas, tremei!”

2 comentários

BlackHammet disse...

ahaoehiahheheah
puta merda Hell, depois de ler essa resenha (resenha?!) to doido pra ouvir essa banda (banda?!)

em casa vo baixar essa preciosidade (preciosidade?!), me lembre!

(sacadas nerd à parte)

Bloody Mary disse...

Hell, realmente, essa foi ótima! Convido você pra colaborar com esse "Estranho Mundo" e você, logo no primeira postagem, me vem com "a pior banda de rock do mundo"?! Ora, faça-me um favor.. e mande mais materiais obscuros como esse - com certeza :) Obrigada por aceitar meu convite e agradeça aos seus (espero que nossos) amigos pelas visitas e pelos vestígios deixados por aqui. Beijão pra você e seja muito bem-vindo a esse Estranho Mundo! Até mais!

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